PATAV (Plataforma Anti Transporte de Animais Vivos) apresenta-se como um Movimento Cívico que tem como objeto defender a abolição do transporte de animais vivos por via marítima de Portugal para o Médio Oriente e Norte de África.
Desde a sua constituição em fevereiro de 2017, a PATAV tem testemunhado o embarque de bovinos e ovinos a partir dos portos marítimos de Setúbal e Sines que viajam em condições insalubres e indignas para Israel.
Também o mercado para a Argélia está aberto (foi registado um embarque em 2018 e outro em 2019), tal como para Arábia Saudita e o Egito. Outros destinos encontram-se presentemente em negociação como é o caso do Irão, Turquia e Jordânia.
De acordo com os dados da DGAV, em 2015 foram exportados 9.228 bovinos e só em 2016 começou a exportação de ovinos (33.209), ano em que a exportação de bovinos cresceu exponencialmente (49.993). E assim tendo sido ao longo dos últimos anos – um aumento de animais exportados à custa dos recursos nacionais.
Este negócio indigno conseguiu render em 2015 cerca de 106 milhões de euros, tendo este subido em 2016 para 157 milhões de euros. Não foram divulgados os números referentes aos restantes anos.
A exportação de animais tem repercussões éticas, ambientais, económicas, legais e de saúde pública, beneficiando muito poucas empresas, sendo apenas conhecidas cinco - a Monte do Pasto, a Carlos e Hélder, a Terrabrava, o Pasto Alentejano e a HCR. A PATAV questiona se os benefícios económicos que envolvem esta atividade compensam as nefastas consequências que envolvem diversos domínios, como o ambiental e encontra-se a trabalhar em estreita colaboração com a Israel Against Live Shipments e outras ONG’s, como a Compassion in World Farming, a Animals Internationale o EuroGroup for Animals. Em suma, pretende-se documentar este tipo de transporte e as suas consequências, com vista à sua abolição.
Em dezembro de 2017, foi entregue na Assembleia da República uma petição pública que já conta com mais de 10.000 assinaturas. A PATAV tem reunido com instituições públicas e privadas, bem como com diversos grupos parlamentares para que os termos da petição, entretanto reprovada em fevereiro de 2019, se traduzam no futuro em alterações legislativas.